ARQUITETURA NA ESCOLA ÁGORA
PROJETO CONSTRUÇÃO COLETIVA DO ESPAÇO: HABITAR E PERTENCER
BRINQUEDOS
Estudantes de segundo e terceiro anos realizaram, juntos, uma proposta audaciosa de intervenção no espaço escolar: imaginaram, projetaram e escolheram construir um escorregador, uma rede e uma parede de escalar feita de pneus. Elegeram, inclusive, onde tais intervenções seriam colocadas, de modo que se integrassem organicamente ao ambiente da Ágora, ampliando as possibilidades de uso deste espaço, já conhecido e bem explorado por eles.
O projeto contou, também, com uma parte prática trabalhosa e desafiadora: as crianças criaram a estrutura de pneus para a parede, pintando-os e furando-os com furadeira. Lixaram as placas de madeira do escorregador e envernizaram-nas algumas vezes, até que ficassem ideais para uso e exposição ao tempo. Prenderam uma grande rede em três árvores, usando um sistema de cordas e travas. E, ainda, definiram as regras de uso dos brinquedos, que são utilizados pela escola toda.
Divididos em grupos que misturavam crianças das duas turmas, a primeira tarefa foi imaginar, negociar e definir uma ideia de intervenção e, então, criar um protótipo do que tinham em mente, sem referência prévia. Então, os professores apresentaram alguns exemplos de construções erguidas com os materiais selecionados e cada equipe voltou para sua maquete inicial, para fazer adaptações. Houve uma votação e, a partir do projeto escolhido, os estudantes passaram a pensar na sua viabilização.
A rede foi o primeiro momento de "mão na massa" que os alunos experimentaram neste projeto. Construída anteriormente por alguns dos arquitetos, em um antigo trabalho de faculdade, foi reaproveitada na Ágora, trazendo mais um elemento para o espaço atrás da quadra onde os brinquedos foram instalados. Para fixar a rede nas árvores, os estudantes aprenderam a fazer alguns nós e viram como funcionava uma catraca, afinal, as cordas precisavam ficar numa boa tensão e em altura adequada.
Todos participaram da escolha do local onde seria erguida a parede de escalada de pneus; para isso, medições e experimentos foram feitos e discutidos entre alunos, professores e arquitetos. Então, os alunos decidiram como os pneus seriam organizados para dar maior estabilidade e segurança para quem fosse brincar. Em seguida, numa oficina, os estudantes foram apresentados aos tipos de parafusos e outros materiais que seriam usados na montagem.
A proposta que as crianças fizeram para o escorregador contava com uma estrutura larga o suficiente para que fosse possível escorregar em duplas. Para a construção desse escorregador, os estudantes dedicaram-se a lixar e envernizar, repetidas vezes, as madeiras que formaram a prancha do escorregador, até que estivessem seguras para o uso e resistentes para suportar a exposição ao tempo.